12 de outubro de 2015

COIMBRA - espera por nós


Vamos aguçar o "apetite" da próxima viagem a  Coimbra, informando o seguinte:
  • Vamos ter cicerone para a visita ( um amigo do Braz ou um amigo do Garcia)
  • É verdade que continuamos com um desconto de 50% na viagem pela CP ou talvez mais com um grupo superior a 10 pessoas e pagamento antecipado
  • A data será escolhida por acordo
  • Horários - Saídas de Santa Apolónia de 30 em 30 minutos a partir das 06:00
  • Tempos de Viagem do Alfa Pendular - 01:40 e  preço - 22,80 €
  • Tempos de Viagem do Inter-cidades - 02:07  e preço - 19,20 €
  • Aguardam-se sugestões para: o mês do passeio
  • Dia da semana - data

As primeiras campanhas muçulmanas de ocupação da Península Ibérica decorreram entre 711 e 715 e Coimbra capitulou em 714. A sua topografia e situação geográfica contribuíram para o seu crescimento e desenvolvimento. Apesar de não ser uma cidade grande, no contexto geral do Al-Andaluz, era o maior aglomerado urbano a norte do Tejo. Tinha 10 hectares de recinto muralhado e entre 3000 a 5000 habitantes.
Da época islâmica perdurou a denominação dada ao interior da cidade intra-muros, a almedina, e extra-muros, o arrabalde. A localização da alcáçova, ou seja o palácio fortificado onde vivia o governador da cidade, foi também estabelecida durante a permanência islâmica na cidade. Esta construção será mais tarde o paço real, onde viveram os primeiros reis de Portugal.
A cidade foi reconquistada pelos cristãos definitivamente em 1064 por D. Fernando I, o Magno, ficando o governo da região entregue a D. Sesnando, que a reorganizou económica e administrativamente.
Os condados de Portucale e de Coimbra foram entregues ao conde D. Henrique pelo rei de Castela, D. Afonso VI, em 1096, assim como a mão da sua filha ilegítima Teresa. O conde tinha como tarefa manter e, eventualmente, expandir as linhas de fronteira do condado que confrontavam com o território islâmico. Com a sua morte, em 1112, fica D. Teresa como condessa de Portucale e de Coimbra, condados que entretanto se unificaram.
O filho de D. Henrique e D. Teresa, D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal instalou-se com a corte em Coimbra, passando esta a ser a cidade sede do reino. A situação estratégica da urbe e as sua imponentes muralhas, eram factores favoráveis à política de conquista de território do monarca. Da cidade partiam as expedições militares em direcção ao sul. A defesa de Coimbra foi consolidada com a edificação de uma rede de castelos que protegia a cidade a Sul e a Oeste, como por exemplo Leiria, Soure, Rabaçal, Alvorge e Ansião. Para além das questões militares a cidade tinha, também, a seu favor uma certa dinâmica comercial adjuvada pelo cruzamento das duas importantes vias (fluvial e terrestre).
O século XII foi um período áureo na história da cidade. Bem localizada com terrenos férteis, com um bom porto fluvial, bem fortificada e povoada - calcula-se cerca de 6000 habitantes - Coimbra tinha entre a sua população um número considerável de magnates, infanções, cavaleiros e membros do alto clero. D. Afonso Henriques impulsionou a construção ou a reconstrução de vários edifícios. O mosteiro de Santa Cruz foi fundado em 1131 por D. Telo e D. Teotónio, com o apoio do monarca, encontrando-se o seu túmulo e o do seu filho na respectiva igreja. Promoveu a construção da catedral românica da cidade, a Sé (Velha), no local de um antigo templo dedicado a Santa Maria. A reconstrução da ponte (de origem romana) iniciou-se em 1132. Recuperaram-se novas estruturas de utilidade colectiva como fontes, fornos, ruas, calçadas. Reconstruiu-se e melhorou-se a muralha e fundaram-se infra-estruturas assistenciais. No sentido de confirmar e reforçar o poder do Concelho, D. Afonso Henriques, concede à cidade uma carta de foral em 1179.
Nos finais do século XIII inícios do XIV, acabou por se consolidar o confronto espacial entre a cidade aristocrática, política e militar (na Almedina) e a cidade mercantil, artesanal e laboriosa (no arrabalde). No arrabalde situavam-se, também, as judiarias, a "velha" e a "nova" - a primeira na actual Rua Corpo de Deus e a segunda nas imediações da rua Direita. Para além das duas zonas principais da cidade, existiam ainda pequenos aglomerados de casas em torno de mosteiros e conventos (localizados perifericamente) como os de Celas, Santa Clara, Santo António dos Olivais.
Em 1537, a Universidade instala-se definitivamente em Coimbra por ordem de D. João III. A partir deste ano a sua existência e funcionamento condicionaram a dinâmica do espaço urbano da cidade. Ainda em 1535, e tendo em vista a instalação dos estudos, D. João III com a colaboração de Frei Brás de Barros mandou rasgar a Rua de Santa Sofia. Nesta artéria ficariam instalados os Colégios Universitários, cujo objectivo seria albergar os estudantes, e prover uma formação base preparatória. A rua apresentava umas notáveis dimensões de 200 braças (440 metros) de extensão e seis braças (13,2 metros) de largura e os edifícios construídos estavam organizados linearmente e apresentavam uma tipologia conventual, com uma igreja externa adjacente a um claustro.
Em 1544, a Universidade acabaria por se instalar no Paço Real, na Almedina ou Alta da cidade. A aquisição definitiva do edifício pela Universidade acabou por se efectuar apenas em 1597, data a partir da qual se empreenderam obras de adaptação do Paço a Escola. Várias campanhas de alteração e enriquecimento, efectuadas ao longo dos séculos, marcaram este conjunto de edifícios, no qual se encontra o património mais significativo da cidade de Coimbra. Já no século XVIII, o Marquês de Pombal empreendeu uma grande reforma da Universidade, que implicou, para além da remodelação curricular a criação de edifícios destinados às novas faculdades orientadas para um ensino mais prático e experimental. Para além do património arquitectónico a Universidade marcou profundamente a dinâmica social, cultural e económica de Coimbra.. Tinham que existir serviços que provessem as suas necessidades. Efectivamente muitos "futricas", (nome dado aos conimbricenses pelos estudantes) como por exemplo, os tendeiros, os artesãos, os criados, as lavadeiras, os livreiros e até mesmo os proprietários dos imóveis destinados ao arrendamento, orientavam a sua actividade económica em função das necessidades da população estudantil. As festas académicas seriam, também, adoptadas pela cidade. A "Latada", ou recepção ao caloiro no início do ano lectivo e a "Queima das Fitas", no mês de Maio, acabaram por ser consideradas como festas da cidade, trazendo a esta milhares de visitantes. As actividades da Associação Académica sejam elas desportivas ou culturais, como por exemplo as tunas, os grupos corais e teatrais e os clubes foram igualmente considerados como sendo dos conimbricenses. A canção de Coimbra ou o fado, celebrizado pelos estudantes, acabou por ficar nas tradições da cidade, constituindo actualmente uma atracção turística.
No contexto nacional da Regeneração, durante a segunda metade do século XIX e sobretudo por iniciativa da autarquia, implementaram-se infra-estruturas e criaram-se equipamentos colectivos que permitiram o crescimento e o desenvolvimento da urbe, como por exemplo: o cemitério da Conchada, o caminho de ferro e o Americano, a edificação do Mercado D. Pedro V, a construção da ponte da Portela e da nova ponte metálica, o projecto da Penitenciária, assim como os arranjos urbanísticos da baixa e beira rio e, ainda, o alargamento da cidade com o projecto da urbanização da Quinta de Santa Cruz em. Já no século XX, mais concretamente no dia 1 de Janeiro de 1911, inaugurou-se o serviço de carros eléctricos que permitiu e acompanhou o crescimento da cidade ligando o antigo centro urbano às novas zonas residenciais de Celas, Santo António dos Olivais, Penedo da Saudade e Calhabé.
No século XX a cidade cresceu rapidamente. A construção civil passou a ser uma actividade económica em franco crescimento e progresso. A cidade passa a ser constituída pelos pequenos burgos que a rodeavam com novas ruas e arruamentos a interligá-los. Surgem locais como Montes Claros, Arregaça, Cumeada e Calhabé ou Solum. Entretanto os arruamentos, já projectados desde o século XIX, na antiga quinta dos crúzios ganharam forma e constituíram o excelente conjunto do chamado Bairro de Santa Cruz, contíguo à moderna Avenida de Sá da Bandeira e em torno da Praça da República. Na década de 40-50 as demolições de parte da zona residencial da Alta de Coimbra, para a construção do complexo monumental da Universidade de Coimbra, obrigaram ao realojamento da população em novos bairros. Para este fim foram construídos o bairro de Celas, o das Sete Fontes e o Marechal Carmona, actual bairro Norton de Matos.
Ao longo das décadas de 60, 70 e 80 a expansão do espaço urbano consolidou-se e apareceram os prédios residenciais nas novas zonas da cidade. Este crescimento foi acompanhado pela construção de novas vias de comunicação e infra-estruturas. O núcleo primitivo da cidade, está actualmente ocupado sobretudo por comércio e serviços, tendo vindo a perder a sua função residencial. A Universidade está, também, a expandir-se para as novas zonas da cidade com a construção dos novos pólos (Pólo II na Quinta da Boa-Vista e Pólo III em Celas), colaborando e impulsionando este movimento de crescimento urbano. Os habitantes de Coimbra adaptaram-se ao seu novo espaço e adoptaram novas centralidades, como por exemplo, Celas, Solum e Vale das Flores.
A cidade acolhe um património com um valor arquitectónico, cultural e natural de grande interesse que reflecte os grandes momentos da história, não só de Coimbra, como de Portugal.

Envolvo em história e desde há muito considerado o centro cultural e intelectual de Portugal, o distrito de Coimbra é um destino intemporal que inspirou a obra de poetas e escritores aclamados, uma longa tradição de serenadas de Fado cheias de sentimento e um legado singular de alegres rituais académicos.
Coimbra estende-se ao longo do encantador rio Mondego (o maior rio nacional) e está situada entre os distritos de Aveiro e Viseu.
Descrita como a cidade com mais história da região, Coimbra acolhe alguns dos costumes e monumentos mais venerados do distrito. Vários anos após a ocupação romana e domínio medieval, os vestígios dos primeiros anos de Coimbra estão espalhados por todo o distrito e podem ser contemplados na cidade costeira da Figueira da Foz, no imponente castelo do século IX de Montemor-o-Velho e nas antigas ruínas de Conímbriga.
No ponto mais elevado da cidade, encontrará a prestigiada Universidade de Coimbra e a sua majestosa biblioteca do século XVIII, bem como o encantador Jardim Botânico. Nesta localização privilegiada situam-se ainda a Sé Nova, do século XVI, e o famoso Museu Nacional de Machado de Castro.
O Quebra Costas – uma longa escadaria que conduz desde a Alta de Coimbra ao centro histórico, na Baixa – tornou-se por si só numa atracção turística. Aí encontrará ruas animadas, repletas de restaurantes típicos e bares, lojas de todo o género e muitos cafés. A Sé Velha, a Câmara Municipal e a Igreja de Santa Cruz são algumas das principais atracções da zona e merecem uma visita.
Todos os anos, Coimbra atrai visitantes aos seus animados festejos académicos, onde milhares de estudantes entusiastas desfilam orgulhosamente com as suas capas negras pelas ruas da cidade, entoando canções populares e enchendo as ruas com o som das guitarras que acompanham os fados. Uma das tradições mais importantes é a Queima das Fitas, uma cerimónia da conclusão da licenciatura que ocorre em Maio, quando os estudantes queimam as fitas para simbolizar o final dos seus dias de estudante.
Outro local digno de uma visita é o famoso Portugal dos Pequenitos, situado na margem sul do rio. Trata-se de um espaço maravilhoso, onde visitantes de todas as idades podem explorar as réplicas de aldeias tipicamente portuguesas, monumentos nacionais e edifícios em miniatura. Não deixe de visitar as intrigantes ruínas do Mosteiro de Santa-Clara-a-Velha, nas proximidades.

Arquitectura religiosa

Igreja de Santa Cruz

Outrora um importante local onde se reunia a elite intelectual do país, este antigo mosteiro obteve o estatuto de Panteão Nacional em 2003 e abriga os túmulos dos primeiros reis de Portugal – D. Afonso Henriques e D. Sancho I. Embora fundado durante o século XII, a estrutura foi totalmente renovada quatro séculos mais tarde pelo rei D. Manuel I, que alterou a arquitectura original do mosteiro para o estilo Manuelino. O Claustro da Manga, em estilo Renascentista, é a principal atracção da igreja e deve o seu nome ao facto dos esboços da sua estrutura terem sido encontrados na manga do gibão do rei D. João III.

Mosteiro de Santa Clara-a-Velha
As fascinantes ruínas deste mosteiro são um dos primeiros exemplares da arquitectura gótica do país. Após a morte do rei D. Dinis no século XIV, a rainha Santa Isabel (conhecida também como a Rainha Santa) fundou o mosteiro e dedicou o resto da sua vida à religião. Graças à sua profunda devoção e generosidade, a rainha foi canonizada após a sua morte e tornou-se uma das santas mais veneradas de Portugal. Este monumento também marca o local onde Inês de Castro, a eterna e trágica amante de D. Pedro, seria assassinada por tentar prosseguir com o seu amor pelo futuro rei de Portugal.

Natureza

Mata Nacional do Choupal
Esta floresta, cujo nome se deve aos inúmeros choupos que aí se encontram, foi plantada durante o século XVIII para deter o rio Mondego. Hoje, os visitantes podem desfrutar da sua tranquila localização à beira-rio, admirar as belas árvores, praticar desporto e passear a cavalo.

Quinta das Lágrimas
Este jardim romântico ecoa a trágica história de amor entre D. Pedro e Inês de Castro – uma lenda que inspirou a literatura, poesia e música. Repleta de árvores e fontes antigas, com um palácio do século XIX e ruínas neogóticas, este local está envolto pela mais pura beleza. A famosa Fonte das Lágrimas, bem como a vegetação escarlate que nela se encontra, evocam simbolicamente as lágrimas e o sangue derramados por Inês de Castro quando foi tragicamente executada em 1355 por ordem do pai de D. Pedro, o rei D. Afonso IV. Locais históricos

Universidade de Coimbra
Originalmente fundada em Lisboa no reinado de D. Dinis, esta universidade foi transferida para Coimbra em 1537, onde ainda se mantém. Para além da grandiosa arquitectura de todo o complexo, a biblioteca joanina datada do século XVIII é o seu maior tesouro e irá encantá-lo com a opulência de inspiração barroca, as pinturas trompe d’oeil e as infindáveis prateleiras de livros. Com mais de 250 000 obras, estas relíquias ancestrais são impecavelmente preservadas com a ajuda de uma colónia de morcegos que habita a biblioteca e se alimenta dos insectos durante a noite.

1 de outubro de 2015

2015 - 1 de Outubro - almoço

O velho farol de Cacilhas

Ultima actualização em 07OUT2015 - 16h30m

Mais um almoço do Grupo dos Amigos da Baixa. na esplanada do Solar Beirão
Boa comida, boas bebidas, boa disposição e óptima camaradagem num esplêndido dia de Verão (?).
Houve conversa sobre a ida de alguns elementos do grupo a Évora, tendo-se igualmente falado duma outra possível viagem, desta vez a Coimbra. Ficou no ar esta hipótese.
Foram efectuadas diversas pesquisas e contactos no sentido de se saber onde comer os célebres "Pezinhos de Coentrada".
Assim, informa-se que foi descoberto em Cacilhas um restaurante que tem essa especialidade  no seu menu, pelo que foi convidado o Júlio Santos a organizar um almoço para o efeito,
Vamos aguardar






































Um símbolo de Cacilhas e de Lisboa


22 de setembro de 2015

Évora - visita à cidade


Actualizado em  23SET2015 


Num dia de Verão, com uma viagem de ida e volta sem sobressaltos, com uma estadia lúdico-cultural muito interessante, para alem da boa disposição e alegria que todos apresentaram, terminou o passeio a Évora.
Apenas um senão: esgotaram-se os "pezinhos de coentrada" nos restaurantes da cidade, pelo que se aguarda um oportunidade, em Almada ou arredores para se localizar um restaurante ou uma tasca para se degustarem.

Viagem Terça-feira - 22 de Setembro de 2015
































































Vamos dar por escolhida a hora de partida do Oriente às 09h02

Vamos remeter email a todos os "endereços" que constam ma lista do Grupo com a alteração da data da viagem, atendendo a impossibilidade de muitos dos interessados não estarem disponíveis nessa data.

Lista de restaurantes actualizadas, mas alguns ainda em falta (por falta de tempo)



Aqui vos deixo, estes textos retirados da Internet, sobre os diversos locais que podem ser visitados na cidade de Évora.
A ideia é fazer uma visita à cidade, com ida e volta de comboio, em tudo semelhante à ida a Tomar, na esperança de que a "excursão" desta vez tenha mais participantes.

Igualmente ficam as hipóteses dos horários de ida e volta para um dia  diferente de Sábado ou Domingo, o serviço nesses dia é muito reduzido e os tempos de viagem cerca do dobro.
Hipótese de Quinta-feira 17 de Setembro de 2015 – para todos os dias da semana estes horários são sempre os mesmos.

Serviço     Partida ------------------------- Chegada     Duração      Preço 1ª/2ª
   
 IDA      Oriente   Sete Rios   Pragal    Évora    

      
       IC     09h02      09h14        09h26    10h45         01h33        €16,20/€12,20 #

    VOLTA   Évora         Pragal   Sete Rios     Oriente

        IC        19h06         20h14      20h20           20h36    01h07      €16,20/€12,20 #

      # - horários de melhor escolha/ de regresso não há outro

Nota: Confirmar horários.

Ainda durante o mês de Setembro há um roteiro gastronómico com comida típica alentejana da época de Verão em vários restaurantes da cidade.
Talvez se possa escolher um desses restaurantes e fazer uma marcação prévia.
Aguardam-se as vossas opiniões, criticas e sugestões, assim mesmo, como que em verso.

Assinatura inelegível

 ""Évora merece uma visita apaixonada e oferece marcas do que foi nascendo ao longo dos séculos: igrejas monumentais, praças históricas, casario branco, ruas medievais…
Nos arredores da cidade a natureza abraça trigais e montes, albufeiras e riachos, paisagens solitárias de beleza sem igual…
As suas gentes hospitaleiras, o artesanato típico, a rica gastronomia, as tradições, os cheiros e sabores que caracterizam esta bela região esperam por si!   
ÉVORA, cidade histórica no coração do Alentejo, é herdeira de um rico e variado património cultural, construído e preservado ao longo do tempo. Fundada pelo povo romano e por este denominada Ebora Liberalitas Iulia, a cidade foi a praça-forte que alicerçou, no Além-Tejo, a formação do novo reino de Portugal durante a Reconquista cristã peninsular do séc. XII. Após a consolidação das fronteiras com Castela, vários reis aqui fixaram a sua corte, particularmente na período das descobertas marítimas, época em que, orgulhosamente, exibiam títulos e senhorios de terras tão distantes como a Guiné, Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia.

O património histórico e artístico que hoje se preserva na cidade resultou em boa medida dessa longa permanência da monarquia portuguesa. O conjunto monumental que esses tempos áureos legaram à cidade, em harmonia com o tecido urbano de cariz popular, estão na base da classificação de Évora como Património Cultural da Humanidade, desde 1986.                       
 Além deste património único no país, a região em torno de Évora tem muito mais para oferecer ao visitante. É o caso da singular paisagem arqueológica megalítica, uma das mais antigas e monumentais da Europa, perfeitamente integrada na paisagem rural envolvente, de que o recinto megalítico dos Almendres é o expoente máximo.
 Seja no entretecido das ruas medievais, na exuberância de palácios, mosteiros e igrejas, nos espaços de convívio e de degustação dos requintados paladares da cozinha tradicional, Évora esconde o encanto próprio das cidades antigas. Mas sobre essa matriz histórica ela reassume-se, novamente, como pólo de desenvolvimento regional face aos grandes desafios do futuro através da criação de grandes equipamentos, da aposta na qualificação de produtos e serviços de excelência na área do Turismo, da intensa oferta cultural, a par da criação de infra-estruturas urbanas que dão prioridade ao bem estar dos seus habitantes.
 Por todas estas razões o turista e visitante encontrará em Évora um excepcional património cultural, coexistindo, em harmonia, com os melhores padrões de qualidade de vida do país. Motivos sobejos para não deixar de a conhecer  e descobrir … e, seguramente, desejar voltar.

Centro Histórico

PRAÇA DE GIRALDO.

Praça central da cidade histórica. Arcadas, fonte e Igreja de Santo Antão (Séc. XVI). Posto de Turismo. Comércio, serviços e restauração. Rua Cinco de Outubro (artesanato, restauração e alojamento).



CATEDRAL DE SANTA MARIA.




 Edifício monumental românico-gótico (Séculos XIII-XIV). Claustro e Museu de Arte Sacra.





LARGO CONDE VILA FLOR.


 Ruínas do templo romano (Séc. I). Museu de Évora. Biblioteca Pública de Évora. Igreja e Convento do Lóios (Pousada) (séc. XV-XVII). Palácio dos Duques de Cadaval (Séc. XVI). Serviço de trens puxado por cavalos.



CASTELO VELHO.


Muralha tardo-romana (Cerca Velha). Ermida de S. Miguel. Palácio dos Condes de Basto (particular). Ruas Freiria de Cima e de Baixo. Museu das Carruagens. Solar dos Condes de Portalegre. Cabeceira da Catedral (Séc. XVIII).



UNIVERSIDADE ÉVORA/COLÉGIO DO ESPÍRITO SANTO.


 Igreja do Espírito Santo (Séc. XVI). Claustro dos Gerais e salas de aula (Séc. XVIII).





PORTA DE MOURA.

 Torres da porta tardo-romana. Janela manuelina-mudéjar da Casa de Garcia de Resende (Séc. XVI). Fonte e chafariz (Séc. XVI). Casa Cordovil com mirante mudéjar (Séc. XV-XVI). Rua da Misericórdia. Mirante mudéjar da Casa Soure (Séc. XVI). Igreja do Carmo (séc. XVI - XIII). Comércio, serviços e restauração.



PRAÇA DE SERTÓRIO.


 Edifício da Câmara Municipal de Évora (Séc. XIX). Termas romanas (Séc. II-III). Igreja e Convento do Salvador. Arco de D. Isabel (porta tardo-romana). Artesanato, restauração, alojamento e serviços.



IGREJA DA GRAÇA.




Fachada renascentista (Séc. XVI). Claustro conventual (particular). Travessa da Caraça.





LARGO DE S. FRANCISCO.

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 Igreja real de S. Francisco (Séc. XV-XVI). Claustro gótico. Capela dos Ossos (Séc. XVII). Palácio de D. Manuel (Séc. XVI). Mercado Municipal (Séc. XIX-XX). Centro de Artes Tradicionais (antigo Museu do Artesanato).



JARDIM PÚBLICO (Séc. XIX).

Palácio de D. Manuel (pavilhão sobrevivente do conjunto monumental do palácio dos reis portugueses) (Séc. XVI). Ruínas Fingidas (Séc. XIX) com elementos arquitectónicos mudéjares (Séc. XVI). Muralha medieval (Séc. XIV). Baluartes seiscentistas
.


AQUEDUTO DA ÁGUA DA PRATA (Séc. XVI).


Troço monumental da época de D. João III (1533-37). Rua do Cano, Porta Nova, Rua do Salvador e Rua Nova. Fontes e chafarizes da Praça de Giraldo, Largo da Porta de Moura, Largo de Avis e Rossio de S. Brás. Caixa de Água renascentista na Rua Nova.



1. PORTA DE D. ISABEL
A Porta de D. Isabel fazia parte da muralha tardo romana, hoje conhecida por Cerca Velha. Esta porta, constituída por um arco perfeito de cantaria é a única sobrevivente em todo o recinto amuralhado da Cerca Velha. Marca a passagem da principal rua da cidade romana na direcção este-oeste - o Cardo Máximo -, da qual resta um troço de calçada bem conservado, sob o arco.
A muralha tardo romana, na qual esta Porta se insere, tinha cerca de 1.200m de extensão, e abrangia uma área de cerca 10ha. Estava protegida por fortes torres de cantaria, das quais ainda subsistem algumas, como as que defendiam as portas das Rua da Selaria (actual Rua 5 de Outubro) e da Porta de Moura.
O seu nome remonta ao séc. XVII, já que na Idade Média era conhecida pela Porta do Talho do Mouro. De facto, o arrabalde da Mouraria nova, era ali a dois passos.

2. TERMAS ROMANAS
Em 1987, na sequência de obras nos Paços do Concelho, descobriram-se as termas romanas da cidade. O complexo até agora estudado tem cerca de 300m2, orientando-se no sentido sul/norte e obedecendo aos cânones vitruvianos. Os espaços já conhecidos constam de:
Laconicum - Sala circular de 9m de diâmetro, destinada a banhos quentes e de vapor. No centro encontra-se um tanque circular de 5m de diâmetro, embutido no solo, com três degraus. O fundo do tanque é de opus signinum (argamassa feita de cal hidráulica, areia e tijolo míudo) e possui uma profundidade de 1.30 m. O laconicum está rodeado do seu sistema de aquecimento.
Praefurnium - Espaço visitável ao lado direito, que contém a fornalha, serviria de sistema central de aquecimento das salas adjacentes. Daqui o Laconicum era aquecido mediante combustão de madeira.
Natatio - Piscina rectangular de ar livre, rodeada de pórticos, com uma largura de 14.40 m e comprimento de 43.20 m. No lado leste da piscina eram lançadas as águas das termas, segundo se crê trazidas por aqueduto próprio que teria sido o antecessor do aqueduto de Água de Prata. Esta área não é visitável.

3. TEMPLO ROMANO
O templo fazia parte integrante do fórum de que se conhece a praça lajeada a mármore e uma estrutura porticada envolvente, onde provavelmente estariam lojas (tabernae).
Foi este templo edificado em meados do século I, consagrando-se provavelmente ao culto imperial. Possuía uma planta rectangular do tipo hexastilo-períptero, medindo 24.60 m por 14.19 m, assentando num podium de 4 m de altura. Na sua construção foi usado granito local, bem como mármore de Estremoz nos capitéis coríntios e na base. Um espelho de água em forma de U circundava-o.
A história do Templo confunde-se com a história de Évora. Na Idade Média foi utilizado como "açougue das carnes" (talho), sendo aí o principal ponto a retalho de venda de carne da cidade. Em 1870, decidiu-se repor a traça original disponível. Assim, e sob a orientação do italiano G. Cinatti, foi restaurado como hoje se exibe, ainda que sem cela, arquitrave, friso e muitas das suas colunas. Nesse processo colaboraram muitos nomes ilustres do tempo, entre eles Alexandre Herculano.
Em ex-líbris da cidade se tornou, ainda que nunca tivesse sido consagrado à deusa Diana, como popularmente se afirma.

4. CATEDRAL DE ÉVORA
A catedral de Évora, consagrada a Santa Maria, foi edificada entre 1283 e 1308, num período já de afirmação do gótico, mas onde ainda se assiste à permanência da linguagem decorativa românica. A catedral foi construída em terreno difícil, de forte inclinação, onde o engenho de arquitectos e o saber dos canteiros foi duramente posto à prova.
A Catedral tem três naves. Na central, podemos ver a imagem medieval da Nossa Senhora do Ó; defronte, o Anjo da Anunciação, obra posterior do flamengo Olivier de Gand. Se aí pararmos poderemos ver, em cima à direita, entre os arcos do trifório, um busto. É o arquitecto da catedral, que assim posa para a posteridade; as iniciais que exibe (C. E.), definem-no: Constructor Edit.
Estilos vários e épocas diversas caracterizam a catedral, dando-lhe todavia uma unidade particular. O claustro gótico é da primeira metade do século XIV. Aí está sepultado o bispo fundador - D. Pedro -; aí funcionou o primeiro concilium (concelho) da cidade, de que resta memória na pedra de armas mais antiga da cidade. O arco da capela do Esporão é a primeira manifestação do Renascimento em Évora; a capela-mor é barroca (substituiu a abside gótica em 1717), obra de D. João V, com mármores alentejanos engalanando-a; já o cadeiral do coro é quinhentista, com desenhos flamengos. Saliente-se ainda o museu de Arte Sacra, com rico espólio. Aqui também funcionou a Escola Polifónica da Sé de Évora, que, sobretudo em Quinhentos, teve grande projecção, sob a protecção do Cardeal-Rei D. Henrique.
No portal, por entre marcas de canteiros medievais que na pedra deixaram a sua memória, salientam-se o apostolado, obra de grande sensibilidade artística, reflectindo no mármore a visão medieva da palavra divina, transmitida sob a forma de recado, de conselho, de aviso.

5. PRAÇA DE GIRALDO
A meio do percurso deste roteiro, eis que o visitante chega à Praça Grande, a actual Praça do Giraldo, herdeira do "chão" onde se fez a primeira feira franca eborense, ainda em tempo de D. Dinis. Era a confluência de percursos urbanos polarizados pelos mosteiros mendicantes de S. Francisco e S. Domingos.
Rompida a Cerca Velha, Évora crescia rumo à muralha fernandina do séc. XIV. Aqui estava o centro político e o centro religioso: de um lado os paços do concelho, do outro a igreja de Stº. Antão, que iniciou o estilo "chão" alentejano, e que foi erguida sobre a primitiva igreja gótica de Antoninho. Espaço também de quotidianos. Nas arcadas a toda a volta se fazia (e faz) o comércio. Aqui se fizeram autos-de-fé, torneios, justas e touradas. Aqui estava o pelourinho e a Casa de Ver o Peso; aqui ficavam os antigos Estáus da Coroa, que ocupavam o quarteirão entre a antiga Rua da Cadeia e a Rua do Raimundo. Aqui está a fonte henriquina, construída sobre um antigo chafariz incluso num pórtico, e onde terminava a água trazida ao longo de 18km, desde as fontes da Prata.

6. IGREJA REAL DE S. FRANCISCO

Com o triunfo da dinastia de Avis, em 1385, com a chegada das riquezas do Oriente, Évora assume-se cada vez mais como centro político e vila cortesã. Muitos foram os reis que aqui passaram, tornando-se cidade preferida de monarcas. Aqui começaram a surgir edificações que a enobrecem. A igreja conventual e palatina de S. Francisco, edificada por D. João II e concluída no reinado de D. Manuel I, foi construída sobre uma primitiva igreja gótica do século XIII.
A fachada destaca-se pela volumetria dos coroamentos, constituídos por coruchés cónicos, por gárgulas de cariz zoomórfico, por ameias chanfradas e por um pórtico onde se exibem os emblemas régios dos dois monarcas seus mecenas.
Exemplar notável do tardo-gótico alentejano, a igreja tem uma só nave (uma das maiores de Portugal), ladeada por capelas comunicantes. Na abóbada ogival estão de novo patentes os símbolos que a ligam à expansão e aos seus fundadores: a Cruz de Cristo, o pelicano de D. João II, a esfera armilar de D. Manuel I. À direita do altar-mor, as janelas serviam para que os reis assistissem à missa, vendo assim o padre de frente, numa época em que o sacerdote oficiava sempre de costas para os fiéis.

7. IGREJA E CONVENTO DA GRAÇA
Em plena expansão portuguesa, as ambições imperiais gravaram-se nas pedras da Igreja da Graça. Edificada em formas clássicas tão ao gosto do Renascimento, a Igreja foi feita talvez para servir de túmulo ao seu mentor: D. João III. O arquitecto foi Miguel de Arruda. Também aqui trabalhou Nicolau de Chanterene, o mais notável escultor francês que entre nós, no século XVI, desenvolveu a sua arte; são da sua autoria, além da fachada da igreja e janelas da capela-mor, os túmulos dos patronos - D. Francisco de Portugal e esposa - hoje expostos no Museu de Évora.
É uma das mais significativas obras do nosso Renascimento, para o que contribuiu a cultura humanista de D. João III. Ele mesmo mandou gravar na fachada um título de pendor romano: "Pai da Pátria". No pórtico, em cima, temos então as marcas do sonho do Império: os "quatro meninos da Graça", as estátuas dos gigantes (ou atlantes) que carregam as quatro partes do mundo onde os portugueses aportaram.

8. LARGO DA PORTA DA MOURA


Em pleno Renascimento, Évora cobre-se de monumentos. Grandiosos uns, mais utilitários outros, mas todos dignos de realce. Como a fonte renascentista de 1556, obra de Diogo de Torralva, mandada erigir pelo maior mecenas da cidade, o Cardeal-Rei D. Henrique. O seu chafariz era um dos principais pontos de abastecimento de água na cidade antiga. Esta fonte foi construída com donativos públicos dos vizinhos do largo; um dos que participou foi o mais afamado tipógrafo da cidade, André de Burgos.

Outros motivos de interesse tem este Largo da Porta da Moura. Defronte da fonte, a casa Cordovil, com o seu mirante em manuelino-mudejar, mescla do estilo próprio da expansão (o manuelino), com o estilo de inspiração mourisca (o mudéjar).
Entre as torres que guardam a antiga Porta de Moura, situa-se a janela manuelina chamada de Garcia de Resende, poeta e cronista eborense do Renascimento português, e autor do Cancioneiro Geral, (compilação de toda a tradição poética portuguesa do século XV e XVI).""